sábado, 5 de agosto de 2017

Itália. Justiça diz que masturbação em público não é crime após homem ejacular em mulher.

Itália: Homem ejacula em mulher em ônibus e Justiça decide que masturbação em público não é crime. De acordo com a decisão judicial, caso configura 'simples ato obsceno', pois 'não há agressão sexual sem contato físico com a vítima'.

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Câmera de segurança do ônibus que registrou homem se masturbando ao lado de mulher
Uma juíza de Turim, na Itália, determinou que a masturbação em público não é crime depois de rejeitar um pedido de prisão de um homem que praticou o ato e ejaculou nas roupas de uma mulher dentro de um ônibus.

De acordo com Alessandra Cecchelli, juíza da Corte da região de Piemonte, a masturbação é um “simples ato obsceno” e “não há agressão sexual sem contato físico com a vítima“. A decisão foi divulgada na terça-feira (01/08) após o Tribunal analisar o caso de uma mulher que estava sentada dentro de um ônibus, quando um homem marroquino de 27 anos se aproximou de seu corpo e, em pé, começou a se masturbar.
Na ocasião, o transporte estava cheio de passageiros, que não perceberam o ato. O homem ejaculou sobre a roupa da mulher e desceu do ônibus. Após o acontecimento, ela sentiu sua perna esquerda molhada e viu a mancha de sêmen. A cena também foi gravada pelas câmeras de segurança do veículo.
Na história da mulher não existem elementos para confirmar que a fricção masturbatória e a ejaculação foram feitas nas pernas dela. Por isso é difícil qualificar o gesto como violência sexual“, diz o relatório da magistrada.
A Coordenadoria Contra a Violência Contra Mulheres da cidade de Turim, órgão da prefeitura, lamentou a sentença. “Tudo que seja feito sem consenso é violência“, afirmou em comunicado a direção do órgão. “Expressamos nossa solidariedade à mulher que sofreu esta injustiça, com a esperança que na política nacional a justiça chegue não depois, mas agora, em ações em tutela das mulheres que sofrem violência.”
A senadora Francesca Puglisi, do PD (Partido Democrático), de centro-esquerda, disse nesta quinta-feira (03/08) se sentir “indignada” com a decisão da juíza. Ela pediu uma interpretação urgente do caso ao ministro da Justiça, Andrea Orlando.
E assim seguimos, permitimos tudo, inclusive despejar esperma sobre uma mulher não consciente [do ato], mas depois fazemos eventos para sensibilizar a opinião pública sobre violência sexual e feminicídios, enquanto para nossos tribunais não há violência diante de um episódio dessa gravidade”, comentou o também senador Roberto Calderoli, do partido de ultradireita Liga Norte.
Em setembro do ano passado, a Corte Suprema da Itália já havia decidido que a masturbação em público não é crime, desde que não seja realizada na presença de menores. A medida é isenta de infração.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Lei N° 13.472 de 2017. Institui o Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo.

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Institui o Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o  É instituído o Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo, a ser celebrado anualmente no dia 25 de outubro.
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 31 de julho  de 2017; 196o da Independência e 129o da República. 
MICHEL TEMER

Luislinda Dias de Valois Santos  

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.8.2017
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Debatedores defendem mais políticas públicas para as pessoas com nanismo.
Debatedores defenderam em audiência pública na Câmara mais políticas públicas para as pessoas com nanismo. Na legislação, o nanismo foi reconhecido como uma deficiência no Brasil em 2004 (Decreto 5.296/04), garantindo direitos para essas pessoas. Mas, na audiência, foi lembrado que ainda há preconceito e desinformação a serem combatidos. Kátia Fonseca, por exemplo, que é jornalista, relatou que já teve um pedido de cotas para deficientes negado em um concurso federal. Ela tem 60 anos e nanismo e relata que viveu numa época em que nada era adaptado e que não haviam políticas de inclusão.
Ela é uma das fundadoras do Centro de Vida Independente de Campinas e diz que ainda é preciso ajudar as pessoas a não passarem pelas mesmas dificuldades que passou.
"É o desconhecimento da sociedade sobre a pessoa com deficiência que acaba sendo olhada com uma pessoa rara, uma coisa rara, um extraterrestre, alguém que não tem direitos, alguém que deve ficar escondido em casa, que não deve aparecer, que não deve ir no cinema, não deve ir à praia”, alertou Kátia.
“Essa briga minha mãe teve, sempre me expôs, eu sempre saí de casa, e os olhares me estranhando; acho que esse é o maior drama, o preconceito, ainda é maior que a falta de acessibilidade", criticou a jornalista, durante audiência da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Câmara dos Deputados.

Ridicularização na mídia
Por isso, Kênia Rio, da Associação de Nanismo do Estado do Rio de Janeiro, defendeu também a proibição da mídia de utilizar a imagem da pessoa com nanismo para ridicularização.

Na sua opinião, a maior responsável por propagar o preconceito são os meios de comunicação. Ela destacou que o nanismo consta na Lei como deficiência há 13 anos, mas a sociedade ainda desconhece isso.
"As pessoas falam assim: 'Poxa, mas você só tem baixa estatura', mas atrás dessa baixa estatura nós temos todos os 'oses': artrose, lordose, escoliose, cifose. Então não é só uma limitação de tamanho”, explica Kênia.
“Nós somos vitimizados pelas lendas urbanas: 'Anão só pode ser filho de anão', isso não existe. Hoje 80% da Associação são de pais de altura considerada normal e que tem filhos anões. Então eu acho que quanto mais a gente prestar informação eu acho que o preconceito vai acabando", avalia.

Adaptação de caixas eletrônicos
A deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que propôs a audiência, destacou sugestões a serem mais discutidas na Câmara, como a da adaptação dos caixas eletrônicos nos bancos e pede políticas públicas para essas pessoas.

"A gente sabe que a LBI [Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Lei 13.146/15] já têm como crime, já tipificou como crime a discriminação às pessoas com deficiência, mas [é preciso] especificar, porque ainda é muito comum a discriminação contra as pessoas com nanismo”, ressalta.
“E principalmente, as duas pessoas que tiveram aqui representando o Governo, representando o Poder Público Federal, saíram com esse dever de casa, de que tem, sim, que especificar mais políticas públicas para esse público, e o legislador com função legal também precisa cobrar do Executivo essas políticas públicas", acrescentou.

Redes sociais
Também foram discutidos na audiência, dificuldades das pessoas com nanismo serem incluídas no mercado de trabalho e preconceitos com as políticas das pessoas com deficiência.

Gisele Rocha, que é mãe da Luiza Vitória, que tem Displasia Diástrofica, teve a iniciativa de criar um blog e ser atuante nas redes sociais para que as mães tenham mais conforto ao descobrir que o filho ou filha tem nanismo.
"Não posso deixar que outras mães também encontrem as mesmas informações que eu porque foi muito desesperador você ver só a literatura médica, que são fotos em preto branco, com a parte do esqueleto todo deformado”, destacou Gisele Rocha.
“Então falei: preciso colocar aqui no buscador, na internet, crianças com a displasia, com o nanismo mas que estejam sorrindo, que estejam fazendo seus passeios e estejam curtindo sua vida de forma normal, não só aquele lado negativo da deficiência", acrescentou.

Dia de combate
A Câmara encaminhou para sanção do presidente da República um Projeto de Lei que institui o Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo. O texto é autoria do senador Romário (PSD-RJ).

Reportagem – Leilane Gama

Edição – Newton Araújo

Julgada inconstitucional lei carioca sobre obrigatoriedade de empacotamento nos supermercados.

Julgada inconstitucional lei sobre obrigatoriedade de empacotamento nos supermercados
A decisão do STF sobre lei estadual do Rio de Janeiro seguiu parecer da PGR.

Conforme parecer da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente, nesta terça-feira (1º), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 907, ajuizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) contra a Lei estadual 2.130/1993, do Rio de Janeiro, que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos supermercados. A decisão foi tomada por maioria de seis ministros da Suprema Corte. A eficácia da lei fluminense já estava suspensa por liminar anteriormente deferida pelo STF.

Na manifestação enviada, a PGR argumentou caber razão à CNC por estar a lei estadual em desacordo com o art. 22, inciso I, da Constituição da República. "A norma estadual em questão, ao obrigar a contratação, por supermercados, de empregados para acondicionar as mercadorias adquiridas em sacolas, legisla sobre direito do trabalho e direito comercial, temas constitucionalmente reservados à União, nos termos do citado inciso I, do art. 22 da Carta da República", diz o parecer assinado pelo então procurador-geral da República Geraldo Brindeiro.

Segundo ele, não parece que a ausência de empacotador em supermercados seja fato ensejador da proteção ao consumidor, cuja regulamentação compete concorrentemente à União, aos Estados, e ao Distrito Federal. "A norma em questão, evidencia, outrossim, disciplina acerca da organização interna de estabelecimentos comerciais, em aparente afronta ao princípio da liberdade de contratar, o qual constitui um dos desdobramentos do princípio da livre iniciativa previsto no art. 170, caput, da Constituição da República", conclui.

Para a maioria dos ministros do STF, a norma ofende o princípio da livre iniciativa, ao obrigar os supermercados a manter pelo menos um funcionário em cada máquina registradora, com a atribuição de acondicionar as compras ali efetuadas. Ficaram vencidos os ministros Alexandre de Moraes - que era o relator da ação -, Edson Fachin e Marco Aurélio. Prevaleceu o voto do ministro Luís Roberto Barroso, redator do acórdão.

Abertura do semestre - A decisão ocorreu na primeira sessão do semestre judiciário. O vice-procurador-geral-eleitoral, Nicolao Dino, representou o procurador-geral da República na ocasião.

Assessoria de Comunicação Estratégica do PGR - Procuradoria-Geral da República - pgr-noticias@mpf.mp.br - (61)3105-6400/6405.

Meios de comunicação silenciam eleição constituinte na Venezuela.

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02.08.2017 - Fonte de Informações:   

Pravda.ru.


Meios de comunicação silenciam eleição constituinte na Venezuela
@VillegasPoljak
Caracas, 01 Ago. AVN. - O silêncio foi a arma utilizada pelos meios de comunicação nacionais e internacionais para invisibilizar as eleições celebradas neste domingo na Venezuela.
Mais de oito milhões de venezuelanos votaram, apesar das ameaças dos setores extremistas da direita de aumentar as ações terroristas para violar este direito. Mas este ato histórico, em que se impôs o caráter democrático no país, foi menosprezado pela mídia.
No país, principalmente emissoras de televisão privadas, como Televen e Venevisión, "não se deram conta do que estava ocorrendo na Venezuela", lamentou Diosdado Cabello, eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte, que será instalada nos próximos dias.
Os meios de comunicação nacionais e internacionais, para aplicar a censura, optaram por destacar os resultados da violência opositora, que vem sendo executada desde abril como parte de uma agenda golpista. Silenciam informações segundo sua conveniência.
"Ontem ocorreram eleições históricas na Venezuela. Mas os meios corporativos decidiram glorificar o terror", lamentou o chanceler, Samuel Moncada, através de sua conta no Twitter.
O presidente da República, Nicolás Maduro, pediu aos donos dos canais de televisões nacionais, Televen e Venevisión, uma explicação pública ao país sobre suas intenções de invisibilizar o processo eleitoral, do contrário serão sujeitos a sanções.
Maduro recordou que as coberturas especiais para cobrir e transmitir eleições no país têm sido históricas, e são consideradas fundamentais para a democracia e o exercício do voto.
"Em um país democrático como a Venezuela sempre havia sido assim, até ontem. Por isso peço explicações públicas aos donos da Venevisión e Televen. Estão comprometidos com a Constituição e a democracia ou teremos que tomar severas medidas", destacou.
Ele mencionou que não serão permitidos golpes de Estados nem conspirações. "Não vou permitir".
O chefe de Estado pediu ao vice-presidente Executivo, Tareck El Aissami, que realize os procedimentos necessários para que os donos das duas emissoras de televisão expliquem o motivo para eludir o proceso eleitoral, e somar-se às "campanhas mais infames de violência", enquanto "ignoraram o povo votando".

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Governador da Bahia, filiado ao PT, exonera secretários para ajudar Temer com denúncia.


Divulgação

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), exonerou nesta terça-feira (1º/7) dois secretários estaduais para que retomem os mandatos de deputado federal e ajudem a barrar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer na votação desta quarta-feira (2) no plenário da Câmara dos Deputados.
Costa destituiu os secretários de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres (PSD), e de Relações Institucionais, Josias Gomes da Silva (PT). Torres e Silva devem abster-se na votação do parecer. Esse posicionamento é favorável a Temer, uma vez que cabe à oposição arranjar os 342 votos para aprovar a abertura de investigação. 
Aliados do governador da Bahia afirmam que o afastamento do presidente do cargo, caso a denúncia seja aceita, não interessa a Costa. Se Temer for afastado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirá o comando do País, fortalecendo o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), o ACM Neto, que deve disputar o governo da Bahia em 2018 contra o atual governador.
“Vou abster-me na votação. Não sou a favor nem de Michel Temer nem de Rodrigo Maia. Sou a favor de eleições diretas para presidente”, justificou o secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia. Torres disse não ter nada contra o presidente da Câmara dos Deputados. “Acho até um bom presidente da Câmara, mas não tem condições de ser presidente da República agora”, declarou.
Já o secretário de Relações Institucionais da Bahia diz que ainda não decidiu sobre como votará, mas que também tende a se abster. “O debate que tem de ser feito é que precisamos de eleições diretas, não eleições indiretas”, disse. De acordo com Silva, não há como apostar no afastamento ou não de Temer como solução para o Brasil. “É tirar um golpista para colocar outro.”
O secretário de Relações Institucionais admitiu que o fator ACM Neto também é levado em consideração. “Claro que esse aspecto também é ponderado. Se o Rodrigo Maia assume, ele [prefeito de Salvador] vai se fortalecer”, disse. Silva ressaltou que essa não é uma tese só dele. “É minha, do governador e da maioria dos partidos que apoiam ele no Estado”, disse.
Um dos deputados mais próximos de Costa, Afonso Florence (PT-BA), defendeu a tese do governador. “Ele tem total razão em sua análise. Vai ser muito ruim para Bahia o ACM [Neto] ter uma força maior. A situação não é simples, é complexa”, afirmou Florence, que, embora concorde com Costa, afirmou que votará a favor da denúncia.

UFMA - Em ação, MPF/MA pede reabertura dos prazos de matrícula a pessoas com deficiência em todos os campi da Universidade.

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Em 20 de julho, o MPF recomendou à universidade que realizasse a reabertura.

Em resposta, a instituição informou que não cumpriria a recomendação.
O Ministério Público Federal (MPF) no município de Imperatriz (MA) propôs ação na Justiça Federal, com pedido de liminar, contra a Universidade Federal do Maranhão (Ufma) por ter deixado de possibilitar às pessoas com deficiência a realização de perícia médica e de matrícula nas unidades localizadas em cidades do interior em 2017.
Em julho desse ano, após o MPF ter requisitado informações à universidade, a reitoria explicou que a perícia médica havia deixado de ser efetuada no campus de Imperatriz por ausência de corpo técnico especializado, fazendo com que a Ufma centralizasse as perícias e matrículas dos candidatos com deficiência na capital, São Luís. “Observe-se, pois, que apenas as pessoas com deficiência foram obrigadas a deslocar-se até São Luís para matrícula”, ressaltou o procurador da República Jorge Mauricio Porto Klanovicz, autor da ação. 
De acordo com o MPF/MA, essa limitação tem impedido que pessoas com deficiência, sobretudo os mais pobres, ingressem na universidade, tendo em vista as dificuldades e os custos de deslocamento até a capital do estado. Para o procurador, a recusa por parte da Ufma em adaptar-se a essa necessidade – ajuste que não acarretará ônus desproporcional ou indevido – configura discriminação por motivo de deficiência. Além disso, até 2016 era facultada a realização de perícia e matrícula em campus do interior do estado, de modo que a retirada dessa possibilidade configura grave retrocesso.
Diante dos fatos, como medida extrajudicial, o MPF/MA recomendou à Ufma que reabrisse os prazos para matrícula de pessoas com deficiência aprovadas na segunda edição do processo seletivo de 2017 (2017.2) para ingresso no ensino superior, possibilitando a realização de matrícula e de perícia médica em todos os campi do estado. Em resposta, a universidade informou que não cumpriria a recomendação, afirmando que o processo seletivo já se encontra em fase adiantada, de forma que o cumprimento da recomendação implicaria seu cancelamento e grandes transtornos.
Igualdade - Segundo o procurador, a reabertura dos prazos poderia implicar no cancelamento de matrícula de candidato cuja convocação decorreu do não comparecimento de outra, não na anulação de todo o processo seletivo. Por outro lado, ainda que o cancelamento fosse necessário, não poderia ser negado, pois a “manutenção do processo seletivo e os alegados transtornos incomensuráveis decorrentes de sua anulação não têm hierarquia superior aos direitos das pessoas com deficiência. Ao contrário, os direitos das pessoas com deficiência tutelados por esta ação – igualdade e direito de acesso à educação – são direitos fundamentais, com base direta na Constituição Federal e em Convenção Internacional integrante do bloco de constitucionalidade brasileiro”.
Na ação, o MPF/MA pede, liminarmente, que a Justiça Federal determine à Ufma a reabertura dos prazos de matrícula às pessoas com deficiência aprovadas para ingresso no ensino superior, no segundo semestre de 2017, via Sistema de Seleção Unificada, possibilitando a realização de perícia médica em todas as suas unidades. Quer ainda que seja fixada multa de R$ 10 mil por dia de descumprimento da decisão.
O número para consulta processual na Subseção Judiciária de Imperatriz (MA) é 1000294-29.2017.4.01.3701.
Acesse aqui a íntegra da ação civil pública.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão
Tel.: (98) 3213-7161 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA

Adensa-se o enredo da grande disputa por Iraque e Síria pós-ISIS.

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26/7/2017, MK Bhadrakumar, Indian Punchline.

O futuro pós-ISIS do Iraque e da Síria tem sido tópico de discussão calorosa nos think-tanks norte-americanos, sob o pressuposto de que os EUA estariam montando um retorno militar ao Iraque e já bem adiantados no processo de estabelecer presença de longo prazo na Síria. A verdade é que os ventos políticos já estão soprando na direção oposta.

A ‘visita de trabalho’ que o vice-presidente do Iraque Nouri Maliki fez a Moscou essa semana sinaliza o renascimento do papel histórico da Rússia como parceiro chave do Iraque.  As palavras de Maliki em Moscou são muito reveladoras:

  • “É bem sabido que a Rússia tem fortes relações históricas com o Iraque. Portanto, gostaríamos que a Rússia tenha substancial presença em nosso país, seja politicamente seja militarmente. Desse modo, estabelece-se um equilíbrio que muito beneficiará a região, seus povos e países.”

  • Bagdá acredita “no papel da Rússia para a solução de muitas das questões internacionais chaves e para promover a estabilidade e o equilíbrio em nossa região e em todo o mundo.”

  • Uma presença russa no Iraque traria o necessário equilíbrio que não pode ser “minado em sentido político, em favor de qualquer interesse externo.”

  • “Hoje precisamos de maior envolvimento da Rússia nos assuntos iraquianos, especialmente no campo da energia. Agora que nos livramos do Estado Islâmico, o Iraque precisa de investimentos em energia e comércio.”

  • Moscou e Bagdá “devem aprofundar a cooperação em contraterrorismo na região. Cremos que nossos dois países são alvos de terroristas e dos que apoiam terroristas.”

As observações de Maliki encontraram ressonância positiva no lado russo. Ao receber Maliki, o presidente Vladimir Putin enfatizou a cooperação técnico-militar e um papel “proativo” nessa área. Putin situa o relacionamento russo-iraquiano no quadro mais amplo da “situação na região em geral.” As palavras de Putin levam em consideração o eixo regional Iraque-Síria-Irã como baluarte contra o terrorismo.

Para a Rússia, a unidade de Iraque e Síria é questão central. Maliki disse a Putin que a política fraturada do Iraque, onde o poder político “continua dividido em torno do princípio religioso ou étnico entre sunitas, xiitas, árabes, curdos, cristãos e muçulmanos”, torna-se campo fértil para o terrorismo. Portanto, Bagdá preparou um “projeto especial” para tratar dessa deficiência sistêmica. No resumo das conversações distribuído pelo Kremlin lê-se a seguinte frase de Maliki:

  • “A ideia é restaurar a democracia real, com o poder baseado na vitória de uma maioria política, mais do que na atribuição de quotas a vários movimentos.”

Em resumo, Bagdá espera converter o Iraque num sistema político baseado no princípio da regra da representação de ‘um-homem, um-voto’, como na Síria ou Irã. Claramente, o objetivo é bloquear qualquer potência estrangeira que vise a manipular as minorias contra a comunidade xiita majoritária. Sem dúvida será grande reforma, não só em termos político-econômicos, mas também da perspectiva geopolítica. Principalmente, Bagdá se posiciona para resistir contra a tentativa de EUA-Israel de criar um Curdistão independente.

A ‘visita de trabalho’ de Maliki à Rússia coincide com a assinatura de um acordo de defesa entre Iraque e Irã. Maliki assinou um acordo de compra de armas com a Rússia em 2012, de valor estimado em torno de $4,2 bilhões (que não pôde ser implementado por pressões do governo Obama). Em resumo, estamos assistindo a um esforço em que Irã e Rússia protegem cada país a retaguarda do outro, para forçar os EUA a recuarem.

Fundamentalmente, o Iraque está refazendo seu cálculo de poder. As dezenas de milhares de milicianos xiitas iraquianos treinados e equipados pelo Irã, que tiveram papel decisivo na guerra que derrotou o ISIS, serão provavelmente integrados às forças de segurança do Iraque. Esses milicianos com vasta experiência de combate, conhecidos como Forças de Mobilização Popular (ar. Hashed al-Shaabi) moveram-se para os desertos ocupados pelo ISIS a oeste de Mosul, concentraram-se em torno da cidade de Tal Afar e tomaram um posto de passagem na fronteira entre Iraque e Síria.

Estão controlando autoestradas que cortam o interior (sunita) no oeste do Iraque, que são usadas como linhas vitais de suprimento que conectam Irã e Síria. Segundo números oficiais iraquianos, as Forças de Mobilização Popular chegam agora a 122 mil combatentes.

Claramente, o equilíbrio militar na região está pendendo dramaticamente contra os EUA (e Israel). O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah alertou recentemente que centenas de milhares de combatentes xiitas na região resistirão em conjunto contra qualquer futura possível invasão por Israel.

Em termos geopolíticos, Rússia e Irã têm interesses comuns de que se preservem a unidade e a estabilidade de Iraque e Síria pós-ISIS. Não surpreendentemente, a China também está bem perto de Rússia e Irã nessa questão.

Aliás, o Enviado Especial da China à Síria Xie Xiaoyan está atualmente num tour regional. Em Teerã na 3ª-feira, ele destacou que a posição da China quanto aos movimentos finais da guerra na Síria é similar à de Rússia e Irã. Xie anunciou que a China está “pronta para agir sob sua própria responsabilidade para reconstruir a Síria e estamos preparados para isso” (aqui e aqui).

Além disso, na 3ª-feira o Exim Bank da China assinou um acordo em Teerã de um pacote financeiro de US$1,5 bilhão para reformar a ferrovia que liga Teerã e Mashaad (perto da fronteira com o Turcomenistão). Sem dúvida, a visita de Xie a Teerã é sinal claro de que a China tem os olhos postos no Irã como portal que leva ao Iraque e à Síria.

Desde março de 2016, um “trem da Rota da Seda” China-Irã viaja uma vez por mês de Yiwu na província ocidental de Zhejiang na China, para Teerã. A frequência das viagens deve aumentar, ao ritmo em que o comércio ganhe maior fôlego. O “trem da Rota da Seda” reduz o tempo de viagem, de 45 dias por mar, para menos de 14 dias. Claramente, a China posiciona-se para desempenhar papel importante na reconstrução de Iraque e Síria, e posicionada bem perto de Rússia e Irã.