domingo, 24 de novembro de 2013

Desopilando - Falando de Farsantes, impostores e pilantras...

Uma lista, em ordem decrescente, com os 10 maiores fraudadores, golpistas, farsantes, impostores e malandros que entraram para a história com golpes e esquemas inacreditáveis, usando malícia para se aproveitar de buracos no sistema e capitalizar forte em cima de outras pessoas.

Autor dos textos: Luiz Filipe Tavares

Imagens da internet

William Thompson

10 - William Thompson - Perto de outros dessa lista, Thompson era peixe pequeno. Mas ele merece um lugarzinho na nossa Seleção por que foi de seus golpes que se originou a palavra Conman (golpista) do inglês. Ele foi um dos primeiros malandros a ser preso por usar "golpes de confiança", que apesar desses existirem desde que o mundo é mundo, só ganharam esse nome no meio do século XVII. O truque de Thompson consistia em ganhar a confiança de um estranho com a ajuda de um cúmplice e então usar esse sentimento para conseguir dinheiro da vítima, dizendo que no dia seguinte devolveria tudo. Um truque básico que deu origem há alguns dos maiores esquemas e golpes já vistos por aí. 

Calisto Tanzi - Ex-CEO da Parmalat

9 - Calisto Tanzi - Pivô de um dos maiores casos de apropriação indébita da história, o presidente do mega-poderoso conglomerado italiano Parmalat foi preso em 2008. Ele causou propositalmente a falência do grupo ao pegar para si quase 800 milhões de Euros das contas da empresa, que depois quebrou publicamente, causando mais de 14 bilhões de Euros em prejuizos para os acionistas, no caso que tornou-se a mais cara falência do sistema europeu. Mesmo com grande parte do dinheiro roubado sendo recuperada pelas autoridades, a família de Tanzi manteve ainda por dois anos uma coleção de arte comprada com dinheiro que supostamente veio dos cofres da empresa, estimada em pelo menos 100 milhões de Euros. 

Bernard Madoff - O bode espiatório da Crise de 2008

8- Bernard Madoff - É mesmo uma pena que tenhamos que deixar Bernie, ex-presidente da NASDAQ, bem aqui, no lugar reservado para os trambiqueiros que causaram o colapso financeiro mundial de 2008. Essa figura nada carismática e pouco comparável com os outros malandros de nossa lista, infelizmente, é o único rosto de Wall Street que pagou o pato pelas fraudes de seguros imobiliários que quebraram a economia americana nos últimos anos. Entrando em cana no lugar dos muitos banqueiros que saíram ilesos da crise, Madoff acabou indiciado por pilotar no chão da Bolsa 11 crimes federais, incluindo fraudes de seguros, de consultoria em investimento, de correspondência, de transferência financeira, lavagem de dinheiro, falso testemunho, perjúrio, roubo e emissão de relatórios falsos da Comissão de Câmbio dos EUA. No fim, seu Esquema Ponzi massivo de informação privilegiada causou pelo menos US$ 18 bilhões em prejuízo para os investidores e rendeu uma pena de 150 anos de detenção para Bernie.

Ronald Biggs - O assaltante do trem pagador

7- Ronald Biggs - Na galeria do assaltante do trem pagador, o menor de seus feitos foi o roubo em si. Em 1963, ele e mais 15 cúmplices roubaram 2 milhões e meio de Libras de um trem inglês, crime pelo qual foi preso no ano seguinte. Em 65, Biggs fugiu da cadeia e se mandou para a Austrália, onde trabalhou como cenógrafo até o início dos anos 70. Após ser reconhecido por um repórter, Biggs veio para o Brasil, onde ficou escondido até 1974, quando foi encontrado e novamente exposto por outro repórter. O ladrão evitou a extradição por estar casado com uma brasileira que estava esperando um filho seu e acabou virando celebridade no Rio de Janeiro, onde criou uma operação na qual, por apenas alguns dólares, era possível almoçar e conversar com o famoso Assaltante do Trem Pagador. Sua imagem se espalhou pela cidade e camelôs passaram a vender camisetas e xícaras estampadas com seu rosto. Biggs até participou da trilha do filme ‘The Great Rock n Roll Swindle’, a história dos ‘Sex Pistols’, e, graças à sua fama, colocou seu filho Mike Biggs no grupo infantil ‘Turma do Balão Mágico’, sucesso estrondoso no Brasil durante os anos 80.

James Reavis - O barão do Arizona

6 - James Reavis - O Barão do Arizona, como ficou conhecido depois de seus golpes, trocou de lado durante a guerra civil americana, deixando os Confederados quando o cerco do norte começou a apertar. Logo após a Guerra de Secessão, o então empresário imobiliário colocou as mãos em uma imensa quantidade de escrituras de origem duvidosa que davam títulos de propriedade a uma área de mais de 5 mil km² nos territórios que hoje formam o Arizona. Em 1883, sabendo que os títulos não valiam nada, Reavis revendeu as "propriedades" para a companhia ferroviária ‘Southern Pacific Railway’ e para centenas de compradores avulsos, agora dizendo ser dono de mais de 47 mil km² de terras. A farsa foi descoberta no ano seguinte, mas Reavis fugiu a tempo de não ser preso pelo grande golpe. Ele só foi pego em 1893, já no México, quando acabou desmascarado tentando executar o mesmíssimo golpe mais uma vez.

Victor Lustig - O homem que vendeu a Torre Eiffel

5 - Victor Lustig - O trambiqueiro da República Checa criou uma série de golpes no início do século XX e ficou famoso por vender a Torre Eiffel parisiense em um leilão para sucateiros. Duas vezes. Da primeira vez, em 1925, Lustig reuniu seis empresários da sucata em um encontro secreto no luxuoso Hotel de Crillon, identificando-se como diretor do Ministério de Correios e afirmando que o governo estava interessado em vender a torre para ajudar na recuperação da economia da cidade, que havia sofrido com enormes prejuízos durante a Primeira Guerra Mundial. No fim do dia, Lustig fechou negócio com o empresário Andre Poisson, depois que esse ofereceu suborno ao golpista para ter preferência na compra. Com isso, Lustig ficou com o valor da venda e o valor do suborno, encheu uma mala com o dinheiro e se mandou para Viena. Além dos golpes na França, Victor chegou a aplicar golpes de investimento até no poderoso gangster Al Capone antes de ser pego e sentenciado à prisão perpétua em 1935 após uma denúncia anônima sobre sua localização.

Ponte do Brooklyn

4 - George C. Parker - Preso em Nova York em 1928, Gorge ficou mundialmente famoso por "vender" monumentos famosos da cidade para turistas ricos e incautos. Os negócios de Parker incluíram a venda do ‘Madison Square Garden’, do Túmulo de Grant, do Museu Metropolitan e até da Estátua da Liberdade. Mas seu monumento mais vendido, com certeza, foi a Ponte do Brooklyn. Segundo o próprio, ele chegou a vender a ponte duas vezes por semana durante vários anos seguidos, convencendo os turistas de que estes poderiam ganhar toneladas de dinheiro com o volume de tráfego que entrava e saia da Big Apple. A polícia de Nova York até prendeu alguns dos seus clientes enquanto estes tentavam erguer pedágios no local. Quando finalmente foi pego e sentenciado à prisão perpétua em Sing Sing, tornou-se uma lenda no sistema prisional e entrou de vez para a história contando a todos sobre seus audaciosos negócios.

Gregorio McGregor - Cacique de Poyais

3 - General Gregor McGregor - Esse nobre mentiroso se uniu à Marinha Real Britânica em 1803 e passou quase 15 anos viajando a costa da América Latina. Em 1820, ele retornou a Londres dizendo ter se tornado o ‘Cacique de Poyais’, uma nação fictícia na baía de Honduras que teria sido entregue aos seus cuidados pelo Rei George Frederic Augustus I da nação Mosquito. Tudo balela, obviamente. Quando nosso anti-herói chegou à Inglaterra, ele levava consigo um livro supostamente escrito por um Capitão Thomas Strangeways recheado com mapas detalhados do "país", além de uma descrição muito positiva do local, que seria anglófilo, com infra-estrutura já existente, minas de ouro e prata, grandes quantidades de solo fértil, pronta para ser colonizada e livre de doenças tropicais. Mas os colonos escoceses que lá chegaram após investir pesado e com promessas de riquezas acabaram se deparando com uma selva fechada, com nativos hostis e péssimas condições para os marinheiros. Dos primeiros 240 colonos ao chegarem no local, 180 morreram, vítimas da Dengue, da Malária e de outras doenças tropicais. Mesmo com a descoberta da fraude estampando os jornais, McGregor já havia mudado para a França, onde continuou vendendo pedaços de terra para exploradores desesperados e desinformados.

Frank Abgnale Jr. - Prenda-me se for Capaz

2 - Frank Abgnale Jr. - Todos conhecem sua história contada no blockbuster ‘Prenda-me se For Capaz’, com Leonardo DiCaprio e Tom Hanks. Frank começou fraudando cheques, fingiu por anos ser piloto da PanAM para voar de graça por outras companhias, produziu um diploma falso da Universidade de Columbia para dar aulas de sociologia na ‘Brigham Young University’, fingiu ser médico e assumiu a direção da ala de pediatria do Georgia Hospital,  além de forjar um diploma de Harvard, enquanto ainda tinha 19 anos, para trabalhar como advogado na Louisiana. Ele foi detido em 1969 em um vôo da Air France ao ser descoberto por uma aeromoça que tinha saído com ele no passado. Depois de cinco anos preso nos EUA, Frank foi libertado e passou a trabalhar como consultor de segurança para o FBI, afinal, não há especialista em falsificação maior do que ele.

Charles Ponzi - criador do esquema Ponzi

1 - Charles Ponzi - Italiano radicado nos EUA desde 1903, o investidor criou um sistema de fraude que hoje é conhecido pelo seu nome. Basicamente, o Esquema Ponzi consiste em captar dinheiro de investidores prometendo grande retorno em pouco tempo, fazendo com que o boato sobre as boas condições do negócio se espalhem. Enquanto vai conseguindo mais investimentos, o golpista usa o "dinheiro novo" para pagar os velhos empréstimos com juros. Assim que o investidor recebe o dinheiro, afirma que não quer retirar o investimento e assim aplica mais fundos nas mãos do golpista. Assim, Ponzi pode criar uma rede complexa de dívidas que iam pagando a si mesmas, sem jamais investir o dinheiro em lugar nenhum. O esquema pode funcionar durante um bom tempo, até finalmente e fatalmente entrar em colapso e causar prejuízo total em todos os investidores. Muitas das fraudes financeiras atuais são consideradas Esquemas Ponzi e os golpes de Charles tornaram-se casos de cartilha no combate aos crimes do tipo. Ponzi foi preso em 1920, apenas dois anos após ganhar milhões de dólares com seu sistema.

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