sábado, 29 de agosto de 2015

Russia. Crimeia esquece política e atrai turismo com festival de jazz até domingo.

Jazz é atração na Crimeia neste fim de semanaKarina Cardoso/Agência Brasil
Karina Cardoso - Enviada Especial da Rádio Nacional FM Brasília*.

O primeiro-ministro da República da Crimeia, Sergey Aksenov, não se pronunciou hoje (28), durante a  conferência de abertura do Koktebel Jazz Party, sobre a instabilidade política que envolve a península desde sua incorporação à Rússia, em março do ano passado.

Aksenov apenas ressaltou que a Crimeia não está em situação de violência e que festivais como o de Koktebel são fundamentais para atrair o turismo e transformar a república autônoma em referência cultural da Rússia.

“As autoridades da República apoiam plenamente este festival, que é de grande importância para a Crimeia. Não tenho dúvida de sua utilidade para o nosso turismo. Além disso, permite que artistas possam mostrar o seu trabalho”, ressaltou o primeiro-ministro.

Em 16 de março do ano passado, 93% da população decidiram, por meio de referendo, a separação da Crimeia da Ucrânia e a consequente integração da península à Rússia. Após o referendo, os legisladores da Crimeia votaram formalmente a separação da Ucrânia e o pedido para fazer parte da Federação Russa. A legitimidade da votação, no entanto, foi rejeitada pelo governo ucraniano e por parte da comunidade internacional.

Apesar das questões políticas, durante a conferência, o primeiro-ministro Acksenov falou apenas sobre a importância do festival internacional para a cultura da Crimeia e disse que apoia “o trabalho e o desenvolvimento de instituições de ensino de música na Crimeia, sobretudo do jazz”.

Desde a reunificação, a Crimeia tem se tornado um dos destinos mais populares para os turistas russos, satisfeitos com a atual situação da península. O Koktebel Jazz Party vai até domingo (30) e reúne importantes nomes do jazz e do blues clássico e contemporâneo.


Origem do festival - O Koktebel Jazz Festival começou em 2003 na tentativa de reviver o status de Koktebel como o centro cultural da região. Com o slogan "Jazz dos Cinco Continentes", o festival propõe unir todo o mundo por meio da música. O festival já recebeu apresentações de artistas como De-Phazz, Stanley Clarke, Billy Cobham, Nino Katamadze e Us3.


Neste ano, entre as atrações estão o saxofonista russo Igor Butman, o trompetista cubano e radicado nos Estados Unidos Arturo Sandoval, o saxofonista americano Gary Bartz, a banda alemã De-Phazz, e o guitarrista inglês Will Johns, entre outros.

Ao lado de nomes conhecidos, o festival também dá espaço a jovens grupos que são escolhidos por meio de votação do público para se apresentarem do evento.

* A repórter viajou a convite da Agência de Notícias da Rússia (Rossiya Segodnya International Information Agency)


Edição: Jorge Wamburg.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Bom Jardim. Malrinete Gralhada é empossada como nova prefeita do Município.

Foto reprodução: Maycon Alves
Foto reprodução: Maycon Alves
Foi empossada como nova prefeita de Bom Jardim, na manhã desta sexta-feira (28), a vice-prefeita Malrinete Gralhada em solenidade na sede do Executivo Municipal.
Malrinete assumiu por força de uma decisão o Juiz titular da 2ª vara de Santa Inês, Cristóvão Sousa Barros, que responde por Bom Jardim, por conta do afastamento de Lidiane Leite.
De acordo com o magistrado, “decisão objetiva a proteção do interesse público diante da situação de insegurança social e política que vive a comunidade de Bom Jardim”.
Lidiane Leite é foragida da Justiça e procurada pela Polícia Federal há oito dias, desde que teve a prisão preventiva decretada por suspeita de desvio de recursos públicos e por esta razão o Município estava sem definição no comando da prefeitura.

Segundo o IBGE a População Brasileira supera os 204 Milhões. Maranhão tem 6,9 Milhões de habitantes.

Segundo o IBGE, o país tinha em 1° de julho deste ano, 204.450.649 habitantes; no ano passado a população estimada era 202.768.562. 

O estado mais populoso do país, São Paulo, tem 44,4 milhões de pessoas; outros cinco estados têm populações que superam os 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (20,87 milhões), Rio de Janeiro (16,55 milhões), Bahia (15,2 milhões), Rio Grande do Sul (11,25 milhões) e Paraná (11,16 milhões).

28 DE AGOSTO DE 2015 ÀS 08:15 - Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil.

A população brasileira superou a marca dos 204 milhões de habitantes neste ano. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas hoje (28) no Diário Oficial da União, o país tinha em 1° de julho deste ano, 204.450.649 habitantes. No ano passado a população estimada era 202.768.562.

O IBGE também divulgou as populações estimadas das 27 unidades da federação e dos municípios brasileiros. O estado mais populoso do país, São Paulo, tem 44,4 milhões de pessoas. Outros cinco estados têm populações que superam os 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (20,87 milhões), Rio de Janeiro (16,55 milhões), Bahia (15,2 milhões), Rio Grande do Sul (11,25 milhões) e Paraná (11,16 milhões).

Três estados têm populações menores do que 1 milhão: Roraima (505,7 mil), Amapá (766,7 mil) e Acre (803,5 mil).

As demais unidades da federação têm as seguintes populações: Pernambuco (9,34 milhões), Ceará (8,9 milhões), Pará (8,17 milhões), Maranhão (6,9 milhões), Santa Catarina (6,82 milhões), Goiás (6,61 milhões), Paraíba (3,97 milhões), Amazonas (3,94 milhões), Espírito Santo (3,93 milhões), Rio Grande do Norte (3,44 milhões), Alagoas (3,34 milhões), Mato Grosso (3,26 milhões), Piauí (3,2 milhões), Distrito Federal (2,91 milhões), Mato Grosso do Sul (2,65 milhões), Sergipe (2,24 milhões), Rondônia (1,77 milhão) e Tocantins (1,51 milhão).

Maranhão. Governo Dilma destinou R$ 500 milhões do Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016. Recurso liberado para os agricultores familiares maranhenses investirem na produção.

Foto: Rômulo Serpa/MDA
Além de anunciar os recursos do Plano Safra, Patrus também entregou o Selo Quilombos do Brasil para três associações maranhenses. Foto: Rômulo Serpa/MDA
Nesta quinta-feira (27), durante a abertura da 1ª Feira de Agricultura Familiar e Agrotecnologia do Maranhão (Agritec), em São Bento (MA), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, garantiu mais recursos para o fortalecimento da agricultura familiar com o anúncio do Plano Safra para o estado. Também levou mais cidadania a produtores ao entregar selos Quilombos do Brasil e títulos de propriedades do Programa Terra Legal.

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016 vai destinar R$ 500 milhões para os agricultores familiares maranhenses investirem na produção. A previsão é que sejam efetuados mais de 97 mil contratos no estado. Para todo o Brasil, são R$ 28,9 bilhões – o maior volume da história.

"Estamos cumprindo essa agenda aqui no Maranhão para conhecermos, cada vez mais, a realidade da agricultura familiar para juntos continuarmos nossas conquistas, que são muitas. É importante registrar o aumento de 20% nos recursos destinados ao Pronaf, mesmo em um período de ajustes”, avaliou o ministro Patrus.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, destacou o trabalho articulado com o governo federal como fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar maranhense.  "Vejam que o financiamento da agricultura familiar este ano no Maranhão é de R$ 500 milhões. Hoje, já começamos a assinar contratos e entregar títulos de terra, viabilizando o acesso ao crédito do Pronaf, em um trabalho organizado de apoio à agricultura e isso vai levar o desenvolvimento para o interior do estado".

O ministro do Desenvolvimento Agrário também reforçou a importância das políticas públicas para a juventude rural. "Nosso desejo é que nossas crianças e nossos jovens possam viver na terra, permanecer no campo, vivendo com dignidade, participando da vida coletiva e dando a sua contribuição ao desenvolvimento econômico, social e cultural do país".

Selo Quilombos do Brasil

Além de anunciar os recursos do Plano Safra, Patrus também entregou o Selo Quilombos do Brasil para três associações. No Maranhão, essas são as primeiras comunidades que recebem a identificação. Foram beneficiadas a Associação dos Moradores do Povoado Rio Grande Bequimão, no município de Bequimão, a Associação dos Agricultores e Agricultoras do Quilombo Território São Benedito, no município de Santa Helena e a Associação de Moradores Quilombolas do Povoado de Cacoal, no município de Viana.

Para Sônia Maria Pinheiro, que mora no Quilombo Rio Grande Bequimão, o título é mais uma das conquistas fruto da organização da comunidade. "O selo vai nos ajudar na hora de vender nossas hortaliças, é um reconhecimento importante, é mais uma das conquistas de nossa comunidade". Lá, moram 90 famílias que, além de produzirem os alimentos para o consumo, também comercializam hortaliças na feira municipal. Com o selo, os consumidores vão poder identificar de forma rápida que os produtos adquiridos são oriundos de uma comunidade quilombola.

Mais Alimentos

Durante a cerimônia também foram assinados contratos de financiamento pelo Pronaf Mais Alimentos - linha de crédito do governo federal que financia a modernização das propriedades da agricultura familiar com juros reduzidos.
Uma das famílias que investiu na propriedade foi a de Antônia Florência Silva e Raimundo Nonato. O casal tem uma área de 15 hectares em Viana (MA), "Com o Pronaf estamos financiando a melhoria do pasto para criar gado, já tinha criado gado lá, mas me faltou recursos para cuidar do pasto, isso me dá a oportunidade de recomeçar, e com o tempo que temos para pagar, temos a certeza de que estamos fazendo um bom negócio", afirmou Nonato.

Garantia de terra

Também foram entregues títulos do Programa Terra Legal do MDA, que regulariza as propriedades rurais em terras federais na Amazônia Legal, o título garante mais segurança jurídica para os proprietários rurais e a redução do desmatamento nas áreas regularizadas. Foram entregues três títulos rurais e dois títulos urbanos.
"Agora tenho coragem de investir em minha terra, vamos começar criando gado e vamos ver até onde chegamos, mas com certeza vai ser um futuro melhor", comemorou Antônio Souza Lopes, um dos beneficiários, que recebeu o título da propriedade de 10 hectares no Povoado Melindrosa no município de Pio XII (MA).

Pé na estrada 

O ministro Patrus Ananias continua a agenda pelo Maranhão.  Na tarde desta quinta (27), visita o Território Vale do Itapecuru para conversar com representantes da sociedade civil, moradores, gestores públicos e conhecer de perto a realidade do território. 

Mateus Zimmermann - Ascom/ MDA.

Link: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/mais-credito-e-mais-cidadania-para-o-maranhao#sthash.NGblEHVB.dpuf

Deputada Eliziane Gama é a unica Parlamentar do Maranhão a assinar nota de repúdio a Eduardo Cunha.

Deputada Eliziane Gama (PPS) foi a unica parlamentar do Maranhão que assinou a nota em defesa da representação popular que pede o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), .
No vizinho estado do Pará tomaram a mesma atitude e também assinaram os deputados Arnaldo Jordy (PPS) e Edmilson Rodrigues (PSol), figurando na lista dos 35 deputados federais que subscrevem a referida nota, por causa de denúncias de envolvimento do Deputado Federal Eduardo Cunha (PMDB) em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. 
A nota foi divulgada no início da tarde desta quinta-feira, 27, segundo notícia do UOL, que elenca os 35 deputados federais, dos quais Jarbas Vasconcelos (PE) é o único do PMDB.
Abaixo, a relação dos 35 deputados federais que assinam a nota contra Eduardo Cunha:
Adelmo Carneiro Leão (PT-MG)
Alessandro Molon (PT-RJ)
Arnaldo Jordy (PPS-PA)
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Chico D’Angelo (PT-RJ)
Clarissa Garotinho (PR-RJ)
Edmilson Rodrigues (PSOL-PA)
Eliziane Gama (PPS-MA)
Erika Kokay (PT-DF)
Givaldo Vieira (PT-ES)
Glauber Braga (PSB-RJ)
Heitor Schuch (PSB-RS)
Helder Salomão (PT-ES)
Henrique Fontana (PT-RS)
Ivan Valente (PSOL-SP)
Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE)
Jean Wyllys (PSOL-RJ)
João Daniel (PT-SE)
Jorge Solla (PT-BA)

Rio de Janeiro. A política que barra negros e pobres e ameaça a democracia da areia das praias.

Matéria publicada originalmente no El País.  Polícia  prende jovens antes da chegada às praias, mas juiz diz que prática é ilegal.

Policiais reprimem um 'arrastão' no Rio de Janeiro em 2013. / MARCELO CARNAVAL (AGÊNCIA O GLOBO)
Os rapazes, negros e pobres, viajavam em vários ônibus de linha regular até a privilegiada zona sul carioca. O destino, no domingo passado, eram as praias mais famosas do mundo, mas eles acabaram no fundo de um furgão policial, sem ter cometido nenhum crime. A ação pretendia conter uma nova onda de arrastões, um fenômeno complexo que se repete periodicamente nas praias do Rio desde a década de 90, mas a estratégia revelou outro frequente escândalo: o racismo institucional das polícias brasileiras.

Uma semana antes, já estavam no Arpoador, área cobiçada de Ipanema e ponto final dos ônibus que vêm da periferia, os elementos desta espécie de violento jogo de gato e rato  entre assaltantes e policiais que não raro termina com cadeiras voando pelos ares em meio a centenas de banhistas aterrorizados. O roubo da carteira de um gringo no Posto 8 desencadeou caos na areia. A polícia chegou até a orla de cassetete em mãos e espancou os jovens que encontrou pelo caminho, nem sempre os culpados. Muitos deles, da Favela da Penha, bebiam e conversavam. Momentos depois, uma ferida ardia nas costelas de Marcos, enquanto a amiga Ana reclamava que ele apenas estava sentado, sem fazer nada. O roubo e a agressão —aparentemente sem relação com o crime já que Marcos não foi preso—, foram o broche final de um dia de praia regular, com cenas que a polícia carioca se diz, mais do que nunca, determinada a evitar.
O problema é que, para o juiz titular da 1ª Vara da Infância, Pedro Henrique Alves, e a Defensoria Pública do Rio, a solução não pode ser evitar que grupos da periferia cheguem às praias, como no fim de semana. Ambos consideraram “ilegal” a detenção no ônibus. “A polícia só pode prender um adolescente se o encontra cometendo um delito ou se tem uma ordem judicial fundamentada”, explica a defensora pública Eufrásia Souza das Virgens, que abriu um processo contra o Estado por danos morais e constrangimento dos jovens.
Enquanto uma parte da sociedade levava as mãos à cabeça chocada com a medida extrema, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão(PMDB), defendia os agentes: “A inteligência da polícia mapeou esse movimento de menores desde seu embarque nos ônibus. Quantos assaltos praticaram esses menores? Não estou falando que são todos os que estavam ali [nos ônibus], mas tem muitos deles que já tinham sido detidos mais de cinco, oito, dez ou 15 vezes”.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Violência Policial. Sessão de tortura de um idoso expõe brutalidade policial em Salvador.

Era quase meia noite do dia 14 de junho quando a porta do senhor Elias*, de 62 anos, foi arrombada por quatro policiais do município de Dias D'Ávila, a 57 quilômetros do centro de Salvador, na Bahia. 
Ao susto inicial lhe seguiu uma sessão de mais de hora e meia de tortura na qual os agentes chegaram a introduzir um cabo de vassoura no ânus do idoso, como demonstraram os laudos médicos do caso. Os policiais, que haviam obtido esse endereço após, supostamente, torturar um usuário de drogas, acreditaram que seu Elias era o narcotraficante que buscavam. Mas os agentes não queriam prendê-lo, queriam grana. Eles o extorquiram e roubaram o pouco dinheiro que tinha, 200 reais em cédulas e outros 200 em moedinhas.
Elias, sem ficha policial, não se cansava de repetir que era trabalhador e que não tinha envolvimento com o crime, mas foi vendado e conduzido em uma viatura para outros locais onde foi submetido a novas agressões e ameaças, como a de atear fogo em seu corpo com gasolina. Tudo indicava que os policiais iam se desfazer de Elias, no que é chamado no jargão policial de "ponto de desova", mas o idoso foi finalmente deixado em casa. Os policiais, um tenente e três soldados, perceberam que ele não era a pessoa que procuravam.
Seu Elias, em um ato inusual de coragem, denunciou seus agressores na Corregedoria da Polícia Militar da Bahia. O órgão fiscalizador da corporação abriu uma investigação e acabou pedindo a prisão dos acusados. O idoso foi examinado por médicos que certificaram feridas nos punhos, nos ombros, na mandíbula, nos joelhos, uma perfuração sangrante na região do ânus e fissuras no esfíncter. 
O relato detalhado nesta reportagem é parte do processo que levou o juiz militar Paulo Roberto Santos a decretar a prisão preventiva dos policiais sob a acusação de crimes de ameaças, roubo com violência e extorsão. "Os indícios suficientes de autoria emergem com clareza solar", escreve o magistrado.
A análise do GPS da viatura constatou que o veículo encontrava-se na casa da vítima naquele dia e horário, e os investigadores não obtiveram uma justificativa oficial da visita a esse endereço. O relato das atrocidades sofridas por seu Elias foi tão contundente e detalhado que motivou a ordem de prisão na semana passada do tenente Isaias de Jesus Neves e os soldados Marcos Silva Barbosa, Alexandro Andrade das Neves e Carlos Eduardo de Sousa Torres, lotados na 36ª Companhia Independente da PM de Dias D'Ávila.
O magistrado afirmou que a prisão preventiva, considerada uma medida "extrema e excepcional", é "de extrema necessidade" para a instrução criminal, para proteger a liberdade dos testemunhas e para garantir a ordem pública, pois a maneira como os policiais praticaram os delitos "demonstra sua periculosidade". "Sem sombra de dúvidas a ordem pública encontra-se seriamente comprometida no caso em discussão, pois condutas tão infames, em tese, foram praticadas por policiais militares, justamente os agentes encarregados pela lei de preservar a ordem pública e garantir a paz social", escreve o juiz na sua decisão onde acusa os policiais de assumir o papel de "algozes". O magistrado negou o pedido de habeas corpus, que pretende evitar prisões arbitrárias, solicitado pela defesa dos acusados.
A Secretaria de Segurança Pública, que questionada pela reportagem qualificou o episódio como um "caso de agressões", condenou o fato e informou que, paralelamente ao processo criminal, será aberto um processo administrativo para decidir sobre a permanência na corporação dos agentes envolvidos.
O caso de Seu Elias não é o primeiro que envergonha a polícia baiana este ano. Às vésperas do carnaval, nove policiais militares executaram 12 pessoas no bairro do Cabula, em Salvador. O caso que mobilizou parentes, ativistas nacionais e internacionais - e que foi um problema para o governador Rui Costa (PT), hostilizado por militantes de seu próprio partido em junho por respaldar a cúpula da segurança e da Polícia Militar no episódio. Numa decisão com rapidez inusual para os padrões do poder Judiciário brasileiro, no entanto, a Justiça absolveu os agentes.
*O nome da vítima foi trocado para preservar a intimidade e integridade dela.