quinta-feira, 1 de agosto de 2013

SISUTEC - Saem as regras para candidatos a cursos técnicos.

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil.

Brasília – O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União de hoje (1º) as regras para o Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec). O programa foi anunciado pela presidenta Dilma Rousseff no dia 22 de julho. 

As normas funcionarão como no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) – que seleciona candidatos a vagas em instituições públicas de ensino superior –, mas destinado a preencher vagas no ensino técnico. O programa será lançado na segunda-feira (5), quando o site entrará no ar.

Para participar do programa, as instituições deverão fazer adesão e apresentar uma proposta de oferta de vagas. A instituição também será responsável por definir a nota mínima necessária para ser aprovado em cada curso. A portaria estabelece que a instituição não poderá cobrar por processos seletivos no âmbito do Sisutec.

A seleção dos alunos será de acordo com a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A nota do Enem é usada para classificação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e também para o estudante concorrer a vagas em instituições privadas de ensino superior, por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Além disso, é requisito no Programa Ciência sem Fronteiras e serve também para o estudante receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O exame é usado ainda para certificação do ensino médio de estudantes maiores de 18 anos que não têm o documento.

As provas do Enem 2013 serão aplicadas nos dias 26 e 27 de outubro em todos os estados e no Distrito Federal. O MEC não divulgou qual a edição do Enem será aceita no programa. Como as inscrições para o Enem 2013 se encerraram, quem desejar participar do Sisutec deverá estar atento ao exame de 2014.

Edição: Beto Coura
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil


Link desta matéria: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-01/saem-regras-para-candidatos-cursos-tecnicos

Escândalo! Presidente da Federação Nacional dos Médicos é funcionário fantasma de hospital público.

Médico Geraldo Ferreira
Há poucos dias, o Brasil inteiro tomou conhecimento do caso do médico paulista Cesar Camara, assistente de um dos urologistas mais caros do Brasil, que apareceu na "Folha de S. Paulo" decepcionado com o programa Mais Médico cujo alvo são médicos no início da carreira.

Soube-se depois que Camara - que cobra 450 reais por consulta -, se inscreveu no programa para boicotá-lo.

Agora os telejornais estão inundados de denúncias contra médicos que ganham do governo e sequer vão lá assinar o ponto, como revelou reportagem do SBT.

O caso mais emblemático e não mencionado pela emissora é do médico potiguar Geraldo Ferreira, presidente da poderosa Federação Nacional dos Médicos.

Ferreira é um combatente full time do Mais Médico. Todos os dias, chova ou faça sol, ele aparece na televisão, no rádio e nos jornais criticando o programa e acusando o governo em querer tapar o sol com a peneira.

Pois bem. Esse doutor, representante nacional dos médicos, é funcionário do Hospital Onofre Lopes, da UFRN, onde recebe um salariozinho de R$ 6.700,00, para uma jornada de 20 horas semanais, devendo prestar só um turno por dia, de segunda a sexta, como anestesista (Portal da Transparência).

Mas há um pequeno problema: Geraldo Ferreira não coloca os pés ali há anos.

Como é mesmo? Geraldo ganha sem trabalhar? É o que parece. Uma fonte do hospital me contou que criaram uma espécie de escala, mas o médico nunca é chamado.

Pergunta que não quer calar: Onde anda o bravo Ministério Público Federal?
 

Russia concede asilo temporario a Edward Snowden.

<p>Na foto: Serguei Nikitin</p>
                                     Na foto: Serguei Nikitin. RIA Novosti

A Anistia Internacional qualifica positivamente a concessão, pela Rússia, do asilo provisório ao ex-agente dos serviços secretos dos EUA, Edward Snowden, declarou hoje Serguei Nikitin, chefe da delegação dessa entidade em Moscou.

A certidão de concessão do asilo provisório na Rússia foi expedida a Snowden hoje e vigorará até 31 de julho de 2014.

Entretanto, WikiLeaks confirmou, através de seu Twitter, que seus colaboradores acompanhavam permanentemente o "bem-estar" do ex-agente da CIA, desde o momento de sua chegada a Hong Kong.

Bancada feminina defende sanção de projeto sobre atendimento a vítimas de violência sexual

Mariana Jungmann e Iolando Lourenço Repórteres da Agência Brasil
 
Brasília - Autora do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 3/2013, que trata do protocolo de atendimento a vítimas de violência sexual nos hospitais da rede pública, a deputada Iara Bernardi (PT-SP) defende que a presidenta Dilma Rousseff sancione integralmente o texto, aprovado no início deste mês no Congresso Nacional. 

A presidenta Dilma tem até hoje (1º) para decidir se irá vetar trechos do projeto ou sancioná-lo integralmente. O texto diz que o atendimento deverá incluir o diagnóstico e tratamento de lesões, exames para doenças sexualmente transmissíveis e gravidez e preservação de materiais que possam ser coletados no exame médico legal.

“A responsabilidade sobre a aprovação do projeto é do Congresso Nacional, não da presidenta Dilma. O projeto foi aprovado por unanimidade em todas as comissões e nos plenários das duas Casas. Não é correto a presidenta vetar um projeto que foi aprovado por unanimidade no Congresso. 

Ela tem poder para fazer isso, mas a bancada feminina e a bancada de direitos humanos pedem com veemência que ela não faça e sancione integralmente o projeto”, disse a deputada.

O projeto não é consenso. Representantes de grupos religiosos, como o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entregaram documento ao governo pedindo o veto de dois dispositivos do texto, que tratam da profilaxia da gravidez e que as mulheres devem ser informadas sobre seus direitos legais.

Conforme o projeto, a vítima, ao ser atendida no hospital público, deve passar por procedimento de profilaxia da gravidez (que prevê a distribuição da pílula do dia seguinte). Outro trecho estabelece que as mulheres devem receber orientação, ainda no hospital, sobre os direitos legais em relação à violência.

Os grupos religiosos consideram positiva a ideia do projeto de proteger às vítimas de violência, mas temem que os trechos abram brecha para estimular o aborto, com o uso da contracepção de emergência. Entendem ainda que as orientações devem ser feitas em delegacias e órgãos especializados.

Pelo Código Penal, o aborto é permitido quando a gravidez é resultante de estupro e em casos de risco para a saúde da gestante. Além dessas situações, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou grávidas de fetos com anencefalia a interromper a gestação, mas a decisão não configurou mudança no código.

Iara Bernardi argumenta que o projeto não trata de aborto. “Estamos falando de um atendimento que será feito em até 72 horas após a violência. Em 72 horas, não estamos falando em gravidez ainda. Estamos falando em prevenção, que no caso das mulheres adultas se faz com a pílula do dia seguinte. Que a Igreja Católica é contra o uso de pílula do dia seguinte, nós já sabemos. 

Mas nós estamos falando de saúde pública”, diz. De acordo com o  Ministério da Saúde, a profilaxia da gravidez se refere à utilização de contraceptivo de emergência – a chamada pílula do dia seguinte – que evita a fecundação, e não interrompe uma eventual gestação.

As relatoras da matéria no Senado, Ana Rita (PT-ES) e Ângela Portela (PT-RR), também são contrárias aos vetos parciais. Elas alegam que o projeto protege todas as vítimas de violência sexual, incluindo crianças, homens, transexuais, travestis e idosos.

Como a projeto determina a preservação de provas para identificação do agressor e o envio dos casos às autoridades policiais, as senadoras avaliam que não haverá incentivo à prática do aborto. “Uma vez que as vítimas estão conscientes de que terão atendimento condigno, deixarão de ter receio de se expor [denunciar]”, diz Ângela Portela.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) se posicionou a favor do PLC 3. Procuradora da mulher no Senado, a parlamentar informou, por meio de sua assessoria, que o projeto passou por “discussões acaloradas” no Congresso entre as bancadas feminina e religiosa sobre as mulheres terem conhecimento de seus direitos e poderem fazer uso de métodos contraceptivos, como a pílula do dia seguinte. 

Na opinião da senadora, o texto, encaminhado para sanção presidencial, é resultado de “discussões amplas e democráticas” e, portanto, deve ser “concretizado”.

Entidades feministas defendem a sanção integral do texto, que torna lei os procedimentos que já são adotados no Sistema Único de Saúde (SUS) e que são regulados por uma norma técnica e um decreto presidencial.

Edição: Carolina Pimentel. Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

Link desta matéria: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-01/bancada-feminina-defende-sancao-de-projeto-sobre-atendimento-vitimas-de-violencia-sexual

Por que a direita odeia o Foro de São Paulo?

Por: Breno Altman, Opera Mundi 
 
Encontro constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias progressistas.


A realização do XIX Encontro do Foro de São Paulo, nesta última semana de julho, está provocando urticárias entre as fileiras de direita. Apesar do relativo silêncio da velha mídia, grupos de distintos naipes agitam a blogosfera contra o evento. Não faltam sequer ameaças de violência e terror.

Desde filósofos de bordel, como Olavo de Carvalho e seus cupinchas, a refinados intelectuais do tucanato, passando por vira-casacas da estirpe de Roberto Freire e Alberto Goldman, há um coro conservador contra a entidade fundada em 1990.

De tradicionais filiados a cristãos-novos do reacionarismo, forma-se frente contra uma esquerda que teve o desplante de se reconstruir e forjar alternativas de poder por toda a América Latina. Um cenário aparentemente inacreditável na origem do Foro.

No final dos anos 1980, com o colapso do socialismo no leste europeu, as ideias e partidos progressistas pareciam ter seus dias contados. Os porta-vozes do pensamento liberal vaticinavam o fim da história, com a vitória definitiva do mercado e do capital. A situação no subcontinente era bastante precária para a esquerda: à exceção de Cuba, a região estava dominada por governos subordinados aos Estados Unidos e sua cartilha.

Tão forte era a pressão que muitos dirigentes e agremiações de origem marxista, por todo o mundo, passavam de armas e bagagens para o outro lado. O poderoso Partido Comunista Italiano, por exemplo, já estava a caminho do desaparecimento, para dar lugar a uma legenda amorfa, disposta a ser linha-auxiliar das correntes neoliberais. O mesmo se passava em outros países, incluindo o Brasil, onde o PCB transitava para o controle de um grupo revisionista que viria a transformá-lo, sob a sigla PPS, em apêndice do bloco de direita.

Ao Partido dos Trabalhadores coube, então, papel decisivo. Com dez anos de vida, pouco afetado pela crise do sistema soviético e robustecido pelas lutas populares que desaguariam na formidável campanha de Lula para presidente, em 1989, o PT reunia as credenciais para se converter na principal força contra a dispersão e o desânimo que se abatiam sobre a esquerda.

Talvez a característica da identidade petista que mais contribuía para esta função unificadora fosse sua pluralidade e as formas criativas de lidar com a diferença sem fazer, de divergências, rupturas. Ao reunir, em seu interior, distintas famílias políticas e ideológicas da genealogia progressista, a agremiação brasileira apresentava vocação e tarimba para construir pontes continentais.

Nascimento do Foro
Alguns meses após a queda do Muro de Berlim, nascia o Foro de São Paulo, a partir da articulação nuclear do PT com o PC cubano. O modelo de organização era simples, formatado como espaço permanente de debates e ação unitária, sem disciplina centralizada e com a adesão de múltiplos partidos por cada país.

Apesar de abrigar diferentes estratégias, a existência do Foro garantiu à esquerda a existência de um fator centrípeto, além da construção de variados mecanismos de colaboração e solidariedade. Ao longo do tempo, constituiu-se em ferramenta fundamental para gestar a cultura política que facilitou o ciclo de vitórias no alvorecer do novo século, baseada na fusão entre mobilização popular e participação institucional, entre reformas e perspectiva socialista, entre democracia e revolução, entre alianças e hegemonia.

Passados mais de vinte anos, o Foro de São Paulo pode se orgulhar de ter colocado uma pá de cal na cova do fim da história. Ao contrário do que ocorria na época de sua criação, a maioria das mais importantes nações latino-americanas atualmente é dirigida por partidos integrantes da entidade. Mais que isso: os temas centrais de sua agenda comum estão determinados pelos desafios da integração e do erguimento de novas instituições que colaborem para o desenvolvimento autônomo e sustentável da zona em que atua.

A direita tem boas razões para destilar sua baba raivosa. Cheia de soberba, ao final da Guerra Fria, desdenhava e desqualificava como fora de moda qualquer iniciativa que se contrapusesse à pós-modernidade capitalista. Depois de duas décadas, além de seu natural ódio de classe, rumina em suas entranhas a frustração perante a renascença de uma esquerda popular e protagonista.

* Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel

Link desta matéria: http://mariafro.com/2013/07/31/por-que-a-direita-odeia-o-foro-de-sao-paulo/

Não deu no Jornal Nacional, nem na Folha, Estadão, Veja: Propinoduto tucano em SP desviou quase meio bilhão de reais

Imagem original da reportagem da IstoÉ, link abaixo
É um vexame, mas compreensível. Enquanto os tucanos estiverem sentados na cadeira principal do palácio dos Bandeirantes para distribuir fartas verbas para a mídia corporativa (o que o governo Dilma, diga-se, também faz), eles vão continuar ignorando as notícias que cobrem de lama o tucanato que há 20 anos governa o mais poderoso estado brasileiro.

Mas, é bandeira demais. Já é a segunda semana seguida que a IstoÉ revela denúncias da multinacional alemã Siemens sobre o propinoduto tucano, o jogo de cartas marcadas, o jabá, a corrupção que cerca as concorrências (segundo a denúncia, fraudadas), nos transportes públicos do tucanato, especialmente o metrô.

A reportagem desta semana dá números ao prejuízo causado aos cofres públicos de São Paulo: R$ 425 milhões, ou quase meio bilhão de reais.

E ninguém dá nada...
Ao se aprofundarem, nos últimos dias, na análise da papelada e depoimentos colhidos até agora, integrantes do Cade e do Ministério Público se surpreenderam com a quantidade de irregularidades encontradas nos acordos firmados entre os governos tucanos de São Paulo e as companhias encarregadas da manutenção e aquisição de trens e da construção de linhas do Metrô e de trens.
Uma das autoridades envolvidas na investigação chegou a se referir ao esquema como uma fabulosa história de achaque aos cofres públicos, num enredo formado por pessoas-chaves da administração – entre eles diretores do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) –, com participação especial de políticos do PSDB, os principais beneficiários da tramoia. Durante a apuração, ficou evidente que o desenlace dessa trama é amargo para os contribuintes paulistas.
A investigação revela que o cartel superfaturou cada obra em 30%. É o mesmo que dizer que os governantes tucanos jogaram nos trilhos R$ 3 de cada R$ 10 desembolsado com o dinheiro arrecadado dos impostos. Foram analisados 16 contratos correspondentes a seis projetos. De acordo com o MP e o Cade, os prejuízos aos cofres públicos somente nesses negócios chegaram a RS 425,1 milhões.
Os valores, dizem fontes ligadas à investigação ouvidas por ISTOÉ, ainda devem se ampliar com o detalhamento de outros certames vencidos em São Paulo pelas empresas integrantes do cartel nesses e em outros projetos. [leia reportagem completa aqui].

Link desta matéria: http://blogdomello.blogspot.com.br/2013/07/nao-deu-no-jornal-nacional-nem-na-folha.html

Violência Urbana - Crimes como o de Jataí são fruto da “coisificação das relações” .

Universitária morta a facadas por supostamente ter se negado a manter relacionamento com uma jovem foi mais uma vítima da incapacidade de alguns em lidar com frustrações, explica psicóloga.

Ketllyn Fernandes

Bianca Mantelli Pazinatto estava desaparecida desde a
manhã de segunda-feira (29/7). Caso chocou a população
de Jataí e teve repercussão nacional por conta do
envolvimento de duas menores
O caso da estudante de biomedicina Bianca Mantelli Pazinatto poderia ser mais um de tantos outros assassinatos com motivação passional. 

Uma realidade triste que reflete o descontrole emocional de alguns diante do rompimento de uma relação amorosa. Mas pela autoria do crime ser de duas adolescentes que mataram a golpes de faca outra jovem, de 18 anos, o estranhamento e choque põem em xeque os atuais valores que são repassados aos jovens enquanto crianças e coloca em discussão até que ponto estes os assimilam.

Na adolescência, a imaturidade sentimental é encarada como normal por especialistas. Porém, quando chega ao extremo de atentar contra a vida, abrem-se leques para um desequilíbrio cujas causas são inúmeras e intensificadas pelo individualismo do mundo contemporâneo.

O assassinato premeditado, e até pré-anunciado em uma carta de amor (“Faço coisas por amor", escreveu a estudante L.L.M. a Bianca), cometido por uma menor que, ao menos em frente às câmeras, não chegou a demonstrar arrependimento, é um sinal claro da incapacidade de lidar com a frustação que tem levado jovens a protagonizarem crimes bárbaros e até suicídio.

Mestre em Psicologia do Desenvolvimento, a psicóloga Ádria Assunção Santos de Paula apresentou em entrevista ao Opção Online nesta quarta-feira (31/7), alguns possíveis motivos para a conduta de L.L.M., de 17 anos, e M. M. S., de 16 anos, principalmente da primeira, apontada como mentora do crime. Embora o caso tenha sido divulgado como de um relacionamento amoroso, a família da vítima afirma desconhecer a possível homossexualidade de Bianca, o que faz do sentimento de L.L.M. platônico.

O assassinato de Bianca evidenciou, de acordo com a especialista, que a estrutura emocional das menores é frágil e que podem ser percebidos, a partir do planejamento durante cinco dias, indícios de psicopatia. 

A vítima foi encontrada com mãos e pés amarrados e com três ferimentos a faca na altura do pescoço. Os hematomas no rosto evidenciam que antes concretizar o assassinato as menores agrediram bastante Bianca.
Em entrevista nesta terça-feira, um dos delegados que cuida do caso usou a palavra "judiar" e "escabroso" para explicar a forma como a estudante foi encontrada, dentro de um saco plástico debaixo da cama da suposta ex-namorada. 

“Pelo que acompanhei pela imprensa e pude perceber nas palavras da menor que disse ter se relacionado com a vítima, foi que ela demonstrou não perceber limites sociais, uma vez que matou outra jovem para que a mesma não ficasse com mais ninguém, como se só a satisfação do prazer dela fosse importante em detrimento do de todos”, explica Ádria Assunção.

A classificação dada pela psicóloga para a atitude extrema das menores é a de “coisificação das relações”, fruto do consumismo desenfreado a que jovens e crianças estão cada vez mais envoltos.

A psicóloga, que já lecionou na PUC-GO, na UFG e atualmente é professora do IFG, alerta que a sociedade atual coloca a criança e o adolescente no centro das atenções, o que não é de todo ruim, mas que por ser da forma incorreta (alimentando neles o narcisismo exagerado), acaba por acarretar na formação de personalidades defeituosas, “no sentido de perda de valores.”

“É preciso que os pais, principalmente, saibam como lidar com a maneira com que tentam demonstrar atenção aos filhos, porque dar a eles tudo o que querem, quando querem e da forma como querem os leva a pensar que podem tudo, o que não é verdade, ninguém pode ter tudo o que quer”, frisa, elencando que são justamente as perdas e frustrações ocorridas ao longo da vida que dão às pessoas a maturidade necessária para lidar com seus sentimentos nas mais variadas situações.

E esse sentimento de prepotência, típico dos jovens, é aceitável, pontua Ádria Assunção, até o momento em que não cause danos de fato a eles e às outras pessoas. Segundo ela, deve haver afinidade nos discursos dos pais e dos educadores quanto à maneira da criança e do adolescente se perceber e atuar dentro da sociedade, de forma que tenha relações sadias e equilibradas.

“Essa tendência crescente do individualismo, somado ao consumismo e ao imediatismo, se não for combatido dentro de casa e no meio escolar, vai se tornar cada vez mais incontrolável”, sustenta, pontuando que é precisou mostrar às “crianças que amanhã serão jovens e depois adultos”, que eles estão no mundo com outras pessoas. “É por esse motivo que temos tantas pessoas atualmente com problemas de personalidade.”

Link desta matéria: http://www.jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/crimes-como-o-de-jatai-sao-fruto-da-coisificacao-das-relacoes