segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

UFMA. Três anos de resistência estudantil no Campus do Bacanga: “Somos todos Josemiro, Daniel e Rômulo”.

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Marizélia Ribeiro – Professora UFMA.
Os anos se passaram e talvez os atuais e futuros moradores da Residência Estudantil do Campus do Bacanga não venham a ter o devido conhecimento do drama de vários alunos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que deixaram suas residências em municípios maranhenses e estados brasileiros para estudar em São Luís.

Representados por Josemiro acorrentado e em greve de fome, 12 alunos da UFMA se instalaram, no dia 26 de novembro de 2013, à porta do prédio que fora idealizado para ser uma das duas residências estudantis do Campus do Bacanga. Estavam cansados de reuniões improdutivas com a Administração Superior da Universidade e da não definição jurídica do caso e se viam impossibilitados de seguirem em seus cursos porque lhes faltavam moradia digna, gratuidade no Restaurante Universitário e apoio financeiro.

A verba parlamentar para conclusão da obra iniciada no final de 2015 recebeu outro fim por determinação do Reitor que assumiu em 2007. Ainda que lícita, tal atitude feria o compromisso social de uma Universidade pública.

Ao longo de 10 dias, o movimento animado por “Eu quero uma casa no Campus” e “Somos todos Josemiro” cresceu, se tornou mais forte que a Reitoria da UFMA e teve repercussão nacional.

Nunca uma luta da comunidade acadêmica da UFMA causou tanta comoção e recebeu tanto apoio às suas reivindicações. Trabalhadores da área Itaqui-Bacanga, impossibilitados de atravessarem as barricadas que obstruíam a Avenida dos Portugueses, desciam dos veículos e acenavam positivamente para os manifestantes. Motoqueiros engrossavam as paralisações na barragem do Bacanga. Movimentos e organizações sociais, trabalhadores, sindicatos, religiosos, parlamentares e a população de São Luís pediam uma decisão da Reitoria a favor dos alunos.

Graças ao Procurador Federal Alexandre Soares, em 5 de dezembro de 2013, os alunos retomaram a Residência Estudantil.

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A Feijoada do último sábado (03/12/2016), na Casa dos Estudantes, resgatou a luta de Josemiro Oliveira, Daniel Fernandes e Rômulo Ricardo. Que outros coordenadores da Casa, a exemplo de Aristóteles Lima, assumam o compromisso de não deixar esquecido o movimento “Eu quero uma casa no Campus” e “Somos todos Josemiro”.

As dores das correntes e da fome de Josemiro, Daniel e Romulo não devem mais se repetir na UFMA.

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