quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A guerra da Síria e o uso dos mísseis mar-terra Russos. Valentin Vasilescu.

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Foto - Voltairenet.org
Na Síria, o exército russo conseguiu compensar a retirada das suas três esquadrilhas de bombardeiros com mísseis modernos lançados a partir de navios de guerra. 
BUCARESTE (ROMÊNIA) - 
As ações militares empreendidas pela Rússia contra os terroristas do Daesh (E.I.) na Síria criaram surpresa no mundo inteiro. Depois de ter desmontado o mito segundo o qual os aviões russos seriam incapazes de realizar ataques com armas de precisão, agora a Rússia quebra um outro mito, segundo o qual os navios russos são velhos e mal armados por comparação com os das frotas militares ocidentais.
No fim do mês de Outubro, o Exército Árabe Sírio conseguiu cercar e isolar, completamente, cerca de 7 a 10 000 combatentes da Fatah Jabhat al-Sham (antiga Frente al-Nusra, o ramo sírio da Al-Qaida) e do Daesh(EI) no Leste de Alepo.
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Após o sucesso desta operação, a ofensiva do Exército Árabe Sírio em Alepo Ocidental, que provocou mais de 1. 000 mortos entre os combatentes do Fatah al-Sham e Jabhat Jaish al-Fatah, criou grandes brechas no dispositivo dos mercenários islamitas. 
O Exército Árabe Sírio pôde assim introduzir, maciçamente, blindados através destas brechas e conseguiu atingir um avanço considerável.
O único obstáculo ao êxito do Exército Árabe Sírio poderia acontecer pelo envio de reforços aos mercenários islamistas, pelos seus companheiros concentrados numa zona da província de Idlib, situada a 30-40 km da cidade de Alepo. 
Cerca de 20.000 mercenários islamistas estão colocados nesta zona de concentração, sendo que alguns deles foram armados e treinados para operações clandestinas pela CIA e pelo Pentágono. Para evitar o afluxo de mercenários islamistas ao Oeste de Alepo, a Rússia decidiu aumentar a sua Força Aérea táctica, já implantada na Síria, com um grupo naval capaz de assegurar golpes de alta precisão.
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O Grupo naval russo recentemente colocado no Mediterrâneo Oriental é composto pelo porta-aviões Almirante Kuznetsov, pelo cruzador de propulsão nuclear Pedro, o Grande, pelos destróieres Severomorsk e Vice-Almirante Kulakov e pela fragata Almirante Grigorovich
O porta-aviões russo desloca 60.000 ton, tendo a bordo 14 aviões multi-função Su-33, quatro MiG-29K (entre os 20 MiG-29K/ KUB que podem ser embarcados), 4 aeronaves de treino de ataque ao solo Su-25 UTG/UBP e 14 helicópteros anti-submarino Kamov Ka-27PLO. 
Cada avião embarcado está armado com dois mísseis ar-terra, de tipo Kh-29 L/T e T Kh-25 (guiados por laser e câmara foto), lançados a partir de uma altitude de 10.000 metros e a uma distância de 10-12 km do alvo.
O porta-aviões Almirante Kuznetsov, está armado com outros meios ofensivos como mísseis navio-navio P-700 Granit, com um alcance de 625 km, voando a Mach 1,6-2,5 e podendo ser utilizados contra alvos terrestres. 
O cruzador Pedro, o Grande, está igualmente armado com mísseis P-700 Granit, enquanto os destroiéres Severomorsk Vice-Almirante Kulakov têm misseis P-270 Moskit, com um raio de acção de 250 km e uma velocidade de Mach 2,5 (2.800 km/h) e que podem igualmente ser utilizados contra alvos terrestres. 
A fragata Almirante Grigorovich está equipada com mísseis de cruzeiro Kalibr (raio de ação de 1400-2500 km) e mísseis Oniks com um alcance de 600 km e uma velocidade de Mach 2.5.
A bordo dos navios de guerra russos, que compõem a força-tarefa colocada no Mediterrâneo Oriental, existem cerca de 1.000 mísseis que poderão ser usados contra os mercenários islamistas. 
Devido à melhoria das relações com a Turquia, a Rússia tem capacidade para substituir diariamente os mísseis lançados pelos seus navios, graças a navios de transporte que transitam pelos estreitos do Bósforo e dos Dardanelos. A distância entre a zona de concentração dos mercenários islamistas na província de Idlib e a posição do Grupo naval russo é de 100-150 km. 
Assim, os mercenários islamistas de Idlib estão ao alcance do Grupo naval russo, tal como o Leste de Alepo, até agora controlado pelos mesmos mercenários islamistas. Se as duas esquadrilhas de bombardeiros ligeiros russos que ficaram em operação na base síria de Hmeymim têm a capacidade para lançar, cotidianamente, 72 a 80 bombas ou mísseis, o Grupo naval russo pode lançar o mesmo número de bombas ou mísseis diariamente com as duas esquadrilhas de aviões embarcadas no porta-aviões. 
Além disso, 100 outros tipos de mísseis mar-terra podem ser lançados a partir do porta-aviões Almirante Kuznetsov, do cruzador Pedro, o Grande, dos destroyers e fragatas do Grupo naval. 
No final, os russos conseguem cumprir assim as suas missões sem trazer de volta, ao local, as três esquadrilhas de bombardeiros que haviam retirado, a 14 de Março de 2016, da base síria de Hmeymim.
Tradução 

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