terça-feira, 2 de agosto de 2016

Reitoria da Unifesp rechaça jornal sobre fim das universidades públicas.

Reitoria da Unifesp afirmou importância estratégica do ensino gratuito e a inclusão de estudantes da rede pública | Foto: Unifesp
Reitoria da Unifesp afirmou importância estratégica do ensino gratuito e a inclusão de estudantes da rede pública.| Foto: Unifesp




















Da RBA
A reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgou nesta segunda-feira (1º) nota pública em que rechaça os argumentos do editorial do jornal O Globo, de 24 de julho, que defendeu o fim do ensino superior público gratuito.  Entre apontamentos de erros e derrubada de mitos sobre a educação superior pública reforçados pelo editorial, a reitoria ressaltou que o jornal revelou “completo desconhecimento” sobre o papel estratégico das universidades públicas na sociedade brasileira, ao considerar que este nível de ensino gratuito é um “mecanismo de injustiça social”.
A reitoria da Unifesp argumentou que as políticas de inclusão desenvolvidas nos últimos anos foram responsáveis por um aumento significativo do número de estudantes oriundos do ensino público e de famílias de baixa renda. E que, portanto, as 63 universidades federais não são um espaço somente para pessoas de classes altas.
“O mais recente censo interno da Unifesp indica que aproximadamente 50% dos ingressantes na graduação em 2015 são oriundos de famílias com até 5 salários mínimos de renda familiar (classes C, D e E, pelos critérios do IBGE). Deste grupo, aproximadamente a metade das famílias são das Classes D e E, com pais sem escolaridade de nível superior”, diz o documento.
Em âmbito nacional, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace)informou que, desde 2011, mais de 65% dos estudantes das universidades federais pertencem às classes B2, C, D e E. “Esses e outros números não deixam dúvidas de que as universidades públicas federais têm cumprido seu papel na promoção de justiça social, estando abertas a todos os cidadãos, e derrubam o mito de que ‘a maioria dos alunos de universidades públicas são ricos’”.
Em seu editorial, o jornal afirmou ainda que “muito dinheiro circula no setor”, o que foi desmentido pela reitoria, segundo a qual os orçamentos anuais previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias ficam aquém do esperado. Mas isso não pode servir de justificativa para liquidar o ensino superior público e gratuito, reforça a instituição. “A atual conjuntura da crise política, com reflexos sobre a economia, penaliza todo o conjunto de serviços públicos prestados à sociedade brasileira, e não o contrário.”
Para os reitores da Unifesp, aplicar a racionalidade mercantil à educação superior “ameaça a formação de nossos jovens e os rumos do ensino superior, da extensão e da pesquisa científica desenvolvidas no país”.
A instituição criticou ainda o contínuo desrespeito às metas do Plano Nacional de Educação que, se fossem integralmente cumpridas pelas diferentes esferas de governo, poderiam garantir o equilíbrio financeiro das universidades públicas federais. “Além disso, é também certo que a redução da sonegação de impostos, entre outras ações, resultaria em maior montante disponível para investimento na educação pública”, conclui a reitoria da Unifesp.

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