sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Reitores das federais no estado de SP não descartam fechamento de cursos.


Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas teme retrocessos na educação. MAURÍCIO DE SOUZA/ALESP



Cida de Oliveira. Da RBA.
A Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas no estado de São Paulo e reitores das universidades federais localizadas em São Paulo (Unifesp), do ABC (UFABC), de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) vão solicitar audiência com os ministros da Educação, Mendonça Filho, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira, para apresentar as dificuldades enfrentadas nas instituições.
A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (18), durante reunião da frente feita para discutir a grave crise. Um documento já está sendo finalizado pelos reitores para ser levado às audiências. E o coordenador da frente, deputado Carlos Neder (PT), vai pedir autorização à Assembleia Legislativa para acompanhar os reitores a Brasília.
O quadro apresentado pelos reitores é preocupante. Ao mesmo tempo em que as universidades estão sendo ampliadas, com a criação de novos campi, os recursos vêm sendo contingenciados. Além disso, a maioria dos estudantes dessas universidades é oriunda de famílias mais pobres, que ingressaram por meio de ações afirmativas. A UFSCar, por exemplo, é a universidade brasileira que tem o maior número de alunos indígenas.
“Pelas incertezas, está em jogo todo o avanço dos últimos dez anos. Não há futuro para quem não tem sistema forte de educação, ciência e tecnologia para o salto qualitativo. E precisamos juntar forças”, disse o pró-reitor de gestão de pessoas da UFSCar, Mauro Rocha.
“Se os parâmetros de corte continuarem, a universidade estará inviabilizada. Temos de ir aos ministérios, ao parlamento, para reverter esse cenário”, disse a reitora da Unifesp, Soraya Smailli. Segundo ela, há obras paralisadas na ampliação de ambulatórios do Hospital São Paulo, que atende à população da capital e de diversas cidades do interior.
“Se a atual situação perdurar, em dois anos, o nosso ensino vai ser à base do cuspe e giz, vamos ter de cortar vagas”,  disse Eduardo Antonio Módena, reitor do Instituto Federal de São Paulo. De acordo com ele, mais da metade dos alunos são cotistas e dependem de assistência estudantil. “Vai aumentar a evasão porque essa assistência é fundamental.”

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