segunda-feira, 23 de junho de 2014

Poderá Índia apoiar EUA contra China?

Bandeira da India

Os Estados Unidos envidam esforços para puxar a Índia a uma aliança contra a China, inclusive à conta do aumento de fornecimentos militares ao país e do envolvimento das Forças Armadas indianas nas manobras militares estratégicas conjuntas, como, por exemplo, os exercícios marítimos militares americano-indianos Malabar.

Os Estados Unidos tencionam efetuá-los no fim de julho na parte setentrional do Pacífico e, neste ano, convidaram às manobras o Japão, país que tem relações tensas com a China por causa das ilhas disputadas no mar da China Oriental.

Num relatório analítico do Instituto de Estudos Estratégicos do Colégio Militar dos EUA (US Army College's Strategic Studies Institute), publicado no fim da semana passada, diz-se diretamente: “Os EUA devem encorajar Nova Deli a intensificar sua presença militar no Leste e Sudeste Asiático.

Os EUA tentam aproveitar a desconfiança recíproca entre Nova Deli e Pequim, provocada pela atividade militar-marítima de suas frotas no Índico e no Pacífico. Devido ao rápido desenvolvimento das economias da Índia e da China e à sua integração cada vez mais profunda nos processos mundiais, os dois países dependem do mar como nunca antes na sua história. 

Ambos os Estados estão construindo grandes e potentes frotas oceânicas. A transformação da Índia e da China em potências marítimas mundiais contribuiu para que dois oceanos formem um espaço estratégico único da região do Índico e do Pacífico, deixando de ser teatros independentes.

Aspirando a manter sua hegemonia e contrapondo-se à crescente potência militar-marítima da China, os Estados Unidos não apenas intensificam a presença militar na região do Índico e do Pacífico. 

Uma das principais tarefas de Washington na Ásia consiste no reforço das alianças existentes e na formação de novos blocos militares com países asiáticos. Os estrategas americanos reservam à frota indiana um papel especial na estratégia de contraposição à China na região do Índico e do Pacífico.

Mas a nova direção da Índia já deu a entender que não pretende entrar em quaisquer alianças de orientação antichinesa. Não renunciando ao desenvolvimento das relações com os EUA, o governo de Narendra Modi anunciou as prioridades da sua política externa que correspondem em primeiro lugar aos interesses nacionais da própria Índia, diz um representante do Centro de Estudos Indianos, Felix Yurlov:

“O novo governo, liderado por Narendra Modi, colocou a China no primeiro lugar da política externa da Índia e vai desenvolver com este país suas relações prioritárias. Esta declaração importante foi feita pelo presidente indiano Pranab Mukherjee em nome do governo. A China está na primeira posição, a segunda está ocupada pelo Japão e a terceira – pela Rússia. Os Estados Unidos foram referidos apenas como o quarto país nas prioridades da política externa da Índia”.

Ao mesmo tempo, a nova direção da Índia ressalta estar interessada em primeiro lugar em normalizar as relações com vizinhos. Não é casual que Narendra Modi efetuou sua primeira visita oficial ao pequeno país do Butão, situado entre a Índia e a China.

É evidente que, após a substituição do executivo, a Índia não tenciona renunciar ao curso de não participação de blocos. Na política externa, Nova Deli aspira a desempenhar um papel de certo balanceiro que ajude a manter equilíbrio não apenas na região, mas também na política mundial.

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