quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Estados Unidos. Corporação oferece comprar presídios se houver garantia de 90% de ocupação.

Tradução: Caminho Alternativo
(28-11-2012) Corrections Corporations, a multimilionária companhia que gerencia uma parte considerável das prisões nos Estados Unidos, oferece aos estados uma gorda quantia para operar suas prisões em troca de que seja garantida uma ocupação mínima de 90% de prisioneiros.

A companhia Corrections Corporations, a maior operadora de prisões privadas nos Estados Unidos, enviou uma proposta a 48 estados oferecendo-lhes comprar suas prisões para solucionar os problemas orçamentários que atravessam.

A oferta está encaminhada a injetar um fluxo de liquidez aos estados necessitados, enquanto que a corporação ganha um contrato que a longo prazo pode lhe dar muitos dividendos, sendo que nos Estados Unidos, o país com a maior popuçação de réus, as prisões são um grande negócio.

Numa carta que obteve o Huffington Post, se informa que a oferta, de até 250 milhões de dólares, contêm uma cláusula com o compromisso para os estados de manter suas prisões com um mínimo de 90% de ocupação

Este último resulta inquietante, especialmente para os imigrantes ilegais (se calcula que 60% de todos os imigrantes que estão presos o estão em presídios da Corrections Corporations) e para os consumidores de drogas.  

Especialmente quando Corrections Corporations financia o lobby American Legislative Exchange Council, um grupo de ultradireita que se encarrega propôr leis mais estritas contra a imigração.

Toda uma estrutura, na que se dilui a fronteira entre a burocracia e a empresa privada, em busca de mais prisioneiros, mais leis que se acomodem a seus interesses e presídios mais baratos, reduzindo custos e provocando que os internos não possam sair por bom comportamento. 

Este é o obscuro panorama das prisões nos Estados Unidos, onde uma das poucas luzes recentes é a legalização da maconha em Washington e Colorado. Sendo que na Holanda isto, entre outras coisas, resultou no fechamento de algumas prisões por falta de prisioneiros.

Embora isto também tenha significado na perda de empregos, que lógica perversa é esta que busca gerar mais prisioneiros – criminosos segundo a lei – para alimentar a indústria penitenciária?

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