segunda-feira, 25 de julho de 2011

Começarei  a partir de hoje a publicar Poesias, letras musicais e pensamentos regularmente neste Blog... Começarei com este POEMA.

A Dança das Nove.

Compreenderia se me dissessem que por ti
homens e mulheres secaram seus American Express:
que os sentimentais se internaram no Prozac,
mergulharam na cachaça
e acabaram por se identificar
com os personagens das músicas bregas,
com os suicidas frustrados
e os figurões às portas da falência.

Aceitaria como verídico se me contassem que por ti
jovens se masturbaram no banheiro do colégio,
esquecidos do medo das mãos ficarem cabeludas,
das espinhas abundarem,
do pau entortar noventa graus.

Eu creria se me dissessem que outros,
os de alma mística
(na veia correndo alguma coisa andina, ou céltica),
foram desesperados aos lupanares,
recorreram à nave central das igrejas
e terminaram encontrando um resquício de ti
na fumaça da maconha, nas mesas de oija,
nos terreiros de candomblé.

Eu relevaria se afirmassem que Balzac & Nabukov
foram visionários que a profetizaram:
que há algo seu, talvez os olhos,
talvez a alma, na arte de Botticelli;
que poetas menores a vislumbraram
mas incapazes de compreendê-la
terminaram escrevendo
SONETOS BUCÓLICOS À VIRGEM.

Acataria de bom grado se narrassem em poesia
a saga de homens lacerados
que por ti recorreram ao Merthiolate, à Aspirina,
e sem esperança se entregaram aos divãs,
à loucura mansa dos que cochicham com as sombras
ou se desnudam na rua.

Jamais duvidaria se me contassem
que uns fizeram de seu nome um mantra,
outros um hino e os exaltados um caminho.
Não duvidaria nunca!
Ó musa, como eu não te amo!

(As musas: Calíope, Clio, Erato, Euterpe, Melpômene, Polímnia, Tália, Terpsícore,Urânia
por L. Rafael Nolli
http://poemadia.blogspot.com/

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